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  • Keila Mattesco

O segundo filho nasceu, e agora?

Atualizado: 7 de dez. de 2022


 

Com a chegada de um novo membro na família, notadamente acontecem mudanças naturais como adaptações no ambiente, alterações na rotina, e principalmente mudança na atenção dedicada ao primeiro filho ou primeira filha.

Todas essas mudanças juntas, geram impactos no comportamento dessa primeira criança, que antes era única e, agora, passa a ser, a primogênita, ou filho/filha mais velho/a, popularmente falando. Primeiro de tudo, precisamos ter em mente que é absolutamente normal que toda essa novidade cause confusões e, por consequência, haja demonstração de ciúmes. Em algumas situações podemos notar mudanças mais significativas como comportamentos regressivos (falar mais infantilizado imitando um bebê na fase de aquisição da linguagem, fazer xixi na cama ou querer usar fraldas, querer retomar o aleitamento materno, usar chupeta entre outros), ou até mesmo, agir de forma agressiva com o bebê e familiares. Mas é importante que a família mantenha a calma e, sobretudo, a inteligência emocional, para passar por essa fase, pois isso tudo é supernormal! Para minimizar esse impacto é fundamental que a família entenda e acolha todo e qualquer comportamento citado acima ou qualquer outro que seja manifestado pela criança primogênita. Afinal, é preciso compreender que ela está confusa, pois antes ela tinha atenção exclusiva da família mais próxima e, agora ela precisa compartilhar seu amor e sua atenção com a novidade da chegada de um/uma caçulinha! Por isso, não deve ser esperado ou exigido maturidade de uma criança que ainda está em fase de desenvolvimento de recursos emocionais para lidar com os desafios da vida! Assim, lançar mão mais intensivamente dos recursos da disciplina positiva é fundamental: converse, acolha, demonstre todo seu amor, de forma empática e siga firme nas dicas de empoderamento, reconhecimento, e fortalecimento dos vínculos de confiança com essa criança.


Além disso, compartilhamos abaixo 5 dicas que podem ajudar as famílias, nesse momento tão importante e delicado, para que os impactos emocionais sobre o filho ou filha mais velho/a sejam reduzidos:


1) Antes do nascimento: envolva e inclua a criança primogênita em todas as fases de concepção e preparação para o a chegada deste novo integrante.


Além disso, evite fazer grandes mudanças no ambiente nesse momento. Sabemos que as adaptações são necessárias para receber a criança que está chegando, porém quanto menos impacto melhor e, novamente, inclua nessa preparação: escolha de cores, de decoração etc. Assim, além de fortalecer os vínculos, você segue ajudando no desenvolvimento das inteligências múltiplas dessa criança mais velha.


2) Depois do nascimento: dedique um momento do dia, na sua rotina para atividades exclusivas com seu ou sua primogênito/a. Por exemplo, ler um livro, brincar, pintar, cantar ou qualquer atividade que vocês estejam conectados e sejam interessantes e prazerosa para todos. 3) Visitas: seus familiares e amigos visitarão vocês para conhecer o/a novo/a integrante da família. Instrua a todos que é importante considerar que há 2 crianças em casa e, portanto, ambas devem receber o mesmo grau de importância durante as visitas, para não causar sentimento de inferioridade. Lembrem-nos de que, caso levem presentes para o/a recém-nascido/a, que é importante levar alguma lembrancinha para a criança mais antiga da casa: afinal, além de estar ajudando em todo processo, ela é uma criança que também gosta de ser presenteada!


É importante que a família esteja unida e sempre atenta às dinâmicas das visitas, envolvendo a criança mais velha nas conversas, nas demonstrações de afetos entre todos, ressaltando seus comportamentos positivos e sempre evitando comparações ou conotações relacionadas a ciúmes e regressões de comportamentos, para evitar reclusões ou sentimentos negativos.


4) Colaboração e Respeito: é sabido pela maioria, todos falam sobre isso, solicitar a ajuda da criança mais velha na rotina de higiene, alimentação e brincadeiras é super válido e essas práticas ajudam na criação e solidificação de laços afetivos entre os/as irmãos/irmãs. Mas vale ressaltar que nem todas as crianças querem participar desse processo e isso precisa ser respeitado. A criança não deve ser obrigada a ajudar, mas sim convidada ou estimulada, porém sem nenhuma sobrecarga de que aquela atividade é “responsabilidade” dela. 5) Cuide-se: aqui, o ponto mais desafiador para a mãe, mas extremamente importante, porém pouco abordado é a qualidade de vida da mãe. Sabemos que você está exausta, dormindo pouco, alimentando-se rápido e algumas vezes com pouca qualidade, gerenciando a atenção para duas crianças, famílias, amigos, “pitaqueiros” de plantão e um sem-fim de “como fazer” com duas crianças.


Por isso é importante que você seja gentil consigo e esteja emocionalmente fortalecida para conseguir lidar com todos esses desafios que a dupla maternidade impõe para vivenciá-la com felicidade.


Conte com uma rede de apoio, seja virtual ou presencial, gratuita ou remunerada, para lhe ajudar nesse momento. Busque consumir informações positivas, que façam bem à sua saúde mental, tente dedicar 5 minutos para um momento de relaxamento e exercícios de respiração, avalie as possibilidades de investir em um acompanhamento profissional para atividades ligadas à promoção do seu bem-estar, sinalize que precisa de ajuda seja para tomar um banho mais demorado, seja para atividades de rotina. Afinal, se você não estiver bem consigo mesma, será ainda mais desafiador lidar com os desafios de lidar com tantas mudanças. E lembre-se: você não é obrigada a resolver tudo sozinha!


Ao final, desejamos que essa nova jornada seja de muita felicidade e cheia de saúde para todos!


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